Moana Mayall

Título: Continuum/ Descontinuum

“Continuum/ Descontinuum” – inclui 2 trabalhos de cinema expandido: um, no lugar mais confinado e escuro da galeria (o cofre), e a outra, fora da galeria, à noite, na rua Riachuelo.

1_Continuum/ Descontinuum (no interior do cofre) > Em algumas mitologias pagãs, o relâmpago é o sexo entre o céu e a terra: projeção seminal de luz descontínua revelando imagens, no desejo do escuro ser dia, no interior da noite. O trabalho consiste numa projeção em tamanho mínimo de um vídeo. A imagem produz clarões em toda a área da sala escura. Uma pequena coleção de atmos ralentados, em que a luz e o som dos relâmpagos persistem como continuum, desejo de eternidade.

2_Continuum/ Descontinuum (na rua Riachuelo) > na área externa da galeria, vemos uma academia de ginástica sobre uma padaria. Projetada nesse espaço, uma “videoassemblage” composta por fragmentos de imagens de acervo próprio, ou de apropriações (série “Videoderivas do Rio”) e imagens feitas ao vivo. O termo “deriva” sugere um trânsito livre e aberto entre imagens e tempos distintos da cidade, a partir de combinações e recombinações que surgem ao longo do tempo da projeção e da captação ao vivo, inspirando um passeio poético e também cognitivo sobre o Rio e sua vastidão de visões, registros, ficções e imaginações. Do outro de fora da “pele” da academia de ginástica, uma série de “corpus cariocas”: os exercícios múltiplos do corpo na rua, na poesia e na batalha de cada dia. Sobre a pele da cidade e suas múltiplas camadas semânticas, a imagem também vira corpo, em continuidade, ou em choque, com corpo da cidade.

Bio :: Moana Mayall nasceu em Cabo Frio, 1975, e vive no Rio há 20 anos, depois de passar por Rio Branco, no Acre, Ilhéus, sul da Bahia, e Lausanne, Suíça. Pesquisadora, artista, curadora e arte educadora. Através de trabalhos em terrenos híbridos, combinando meios múltiplos e trânsitos interdisciplinares, tem explorado poéticas ligadas ao imaginário do corpo e à memória pessoal e coletiva, em seus registros, fluxos e apropriações. Vem criando, desde 2003, trabalhos de vídeo manipuláveis em tempo real, em performances ao vivo, muitas vezes participativos, como no caso de instalações com filmes interativos, abertos à participação do espectador. A partir da experimentação com projeções em suportes alternativos, como objetos, corpo em movimento etc, foi possível estabelecer diálogos e alguns atravessamentos entre linguagens, assim como também entre arte e vida no cotidiano da metrópole, através de ações e videoprojeções no espaço público urbano.  Mais recentemente, ao longo dos últimos 4 anos, sua produção também esteve muito ligada a colaborações com outros artistas, coletivos e projetos envolvendo intervenções urbanas, artes visuais, curadorias e arte educação. Formada pela Escola de Comunicação da UFRJ e em artes pela EAV- Parque Lage. Em 2011 e 2012 idealizou e realizou, como curadora, a primeira mostra totalmente dedicada à videointervenção em espaços públicos do Rio de Janeiro, Vide Urbe, com trabalhos de Eder Santos e Simone Michelin, Claudia Hersz, Ivan Henriques, entre outros. Foi pesquisadora bolsista pelo Programa Avançado de Culturas Contemporâneas (PACC-UFRJ), nos projetos “Z- Revista Eletrônica de Estudos Culturais”, de Beatriz Rezende e “Redes Eletrônicas, Arte e Tecnologia: Novos Modelos Teóricos”, de Ivana Bentes, no qual concebeu e realizou o site de pesquisa “Web arte- arte eletrônica em rede”, pioneiro no Brasil. Concebeu e ministrou o curso teórico e prático “Colagens digitais: do Cubismo à cultura da Remixagem” no Núcleo de Arte e Tecnologia da EAV Parque Lage, onde também foi assistente da artista e professora Anna Bella Geiger (curso Mídia e Arte). Curadora da I Mostra Imagens Remix, no Festival Visões Periféricas, pioneira na seleção e premiação do gênero vídeo-remix. Coordenou as oficinas do projeto Regiões Narrativas, na Biblioteca Parque de Manguinhos, voltado à criação transmídia a partir das narrativas de jogos, animação, vídeo e remix sonoro e visual.  Exposições: III Mostra 3M de Arte Digital – Tecnofagias (Instituto Tomie Ohtake- SP, 2012); Plataforma Vide Urbe (Catumbi e Parque Lage) + artistas e coletivos associados; Bar Mitzva (Galeria Xiclet, 2012); Galeria do Poste (Plano B, 2011); “Video Ataq 2010” (Parque das Ruínas); “Artistas Associados/ Orlândia” (2007), “Posição 2004”, “Corpo e Virtualidade” (NAT/EAV, 2003), entre outras. Também tem colaborado em trabalhos de diversos artistas brasileiros, e foi assistente de Arthur Omar.

Website: http://moanamayallarte.wordpress.com/

 

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